Hoje a neura está a dar conta de mim...estou capaz de mandar tudo ao ar, dizer BASTA com todo o ar que tenho nos pulmões. Seguir os planos que andam a ganhar forma na minha cabeça. Sair daqui, para bem longe. Respirar ar puro, controlar a minha vida, ao meu ritmo.

Afastar-me do que é mau, e viver apenas o que é bom. Já disse que gostava de fugir? Gostava. Gostava mesmo muito. é cobardia, é um sentimento de derrota. Mas é a única solução, aos olhos de quem já mais nada consegue fazer para mudar o seu dia.

A inveja é uma coisa muito feia. Mas é um problema de quem a tem.

é apenas um teste...

As quartas-feiras têm sido terríveis... provavelmente tomo consciencia do meu dia-a-dia. Já tentei mudar, não espero por um milagre. Espero por uma luz ao fundo do túnel, e acreditem tenho cavado muito coisinha, mas luz nem vê-la.

O cansaço está sempre presente, a ideia de não pertencer a esta realidade faz com que não me consiga rir das conversas paralelas. Apetece-me gritar, virar costas, isolar-me. Mudar de vida. Começar a viver. Deixar de contar os dias e as horas. Falta tanta vida e tanta coisa. Vale a pena viver contrariada?

Não ter assunto significa caminhar sob linha recta, sem picos.

Vamos fingir que somos profissionais e que temos muito para fazer, fechar a janela do facebook quando ouvimos passos.

Encher a secretária de papelada e escrever freneticamente qualquer coisa em qualquer lado, só para pensarem que estamos no meio de uma crise. Olhar para o email, rever se está tudo em ordem, voltar ao ínicio e perceber que afinal não temos mesmo é nada para fazer.

Esperar...esperar...esperar... eu não fui feita para esperar e fingo tão mal!

O Ano acabou é verdade. mas eu não senti, nem vi mudanças. Na primeira segunda-feira de 2011 entrei no mesmo escritório e sentei-me na mesma cadeira. Trazia apenas dentro de mim a felicidade dos últimos dias, que afinal foram os últimos dias de 2010. Não fiz planos, nem desejei. Aguardei...e aguardo por dias melhores.

Ele diz que já não tem mais nenhum presente para me dar...

Eu não sei se acredito...

A contar os dias para sentir o estômago na boca e ver o meu homem a tremer.


Dia 29... tic..tac...

Tirem-me deste ambiente...não quero respirar este ar.

Quero novos desafios, ideias novas. Tarefas atribuidas. Não quero misturas.

Provavelmente serei eu que não sei partilhar o "espaço". Mas onde é que está o pecado de querer ter um espaço, um lugar, tarefas. Idealizar, construir e concretizar.

Era tudo tão simples...Não há aí um espaço para mim?