quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Continuo...



Continuo a ser o que fui, a querer o que quis e a sentir o que nunca quis sentir.
Não sei o que fiz, só sei que partiste e eu deliciei-me com toda esta tristeza.
Tu continuas no teu caminho, sempre com o teu sorriso característico que não me pertence.
Continuas a partilhar as gargalhas que já foram só minhas, os beijos que um dia foram só meus, mas já não sou só eu!
Eu já não tenho um Eu que era só Teu! Tu levaste o nós que foi tão nosso!
Em noites de amor, de prazer ou de sexo, não importa, fomos um!
Horas, minutos, segundos foram só meus.
Não quero saber o que foi teu, o que guardaste, o que sentiste, o que choraste.
Se foste só meu não importa, mesmo sem a tua alma eu tive o teu corpo!
Fui eu quem o teve!
Nunca quis a tua alma, não tenho uma, a minha abandonou-me há muito tempo, mas não a quero recuperar, não com a tua!
O que foi dito, feito não importa. Aconteceu!
Sei isso, tu sentes isso.
É o fim?
A distância diz que sim, mas a recordação do teu olhar diz-me todos os dias que não.
Deixei de sentir, de saber o que é o certo, se há certo nestas coisas que nos molda a personalidade, que nos faz rir e chorar, que nos magoa o coração, a alma e que nos rouba a calma!
As recordações? Nem sei se recordo. Penso que não!
Não te quero procurar, não quero que me procures.
Já não quero chorar, nem sorrir... por ti.
Já não estás em mim, nem aqui!
Já não quero castelos, príncepes e fadas.
A criança que foste pai, já não existe...Deste e tiraste a vida.
E agora? Espero? Recomeço?
O dia está marcado, as malas feitas, a vontade perdida, mas a obrigação continua.
Os laços ainda não foram quebrados, quem deu o nó utilizou a força certa!
Não tentes fugir! Porque um dia vamos-nos voltar a encontrar.
Ainda tens algo que me pertence!

1 comentário:

Anónimo disse...

Ninguém vive as duas vidas, mas as histórias teimam em assemelhar-s a tudo aquilo que experienciámos um dia, com esta ou aquela pessoa.
Eis a razão porque escolhi este texto.